PROCESSO ORÇAMENTÁRIO BRASILEIRO: DA FICÇÃO À PSEUDORREALIDADE

Autores

  • Ricardo Saganuma

DOI:

https://doi.org/10.55532/1806-8944.2019.47

Palavras-chave:

Orçamento público, Previsão da receita, Modelos de previsão

Resumo

O orçamento é, modernamente, visto como um instrumento de planejamento governamental. Para tanto, deve trazer previsões de receitas de modo a autorizar despesas condizentes com a meta de resultado primário fixada. Têm sido apontadas, na literatura técnica, evidências de superestimação de receitas, justificada, possivelmente, como parte de um jogo de barganha política. Analisa-se, no presente estudo, as previsões acerca das variáveis macroeconômicas contidas no Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias e, para o ano de 2016, das variáveis orçamentárias contidas na Lei Orçamentária Anual e no citado Anexo da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Confrontaram-se os valores inscritos de crescimento real do PIB, taxa de câmbio, Selic e IPCA, receita, despesa e resultado primário com as expectativas de mercado reportadas nos Relatórios Focus do Banco Central do Brasil e Prisma Fiscal da Secretaria do Política Econômica. São, ainda, apresentadas projeções de modelos econométricos simples, de conhecimento de um aluno de graduação. Para o ano de 2016, à exceção da taxa de câmbio, Selic e a despesa primária, as previsões do governo apresentaram maiores erros do que as projeções do mercado e dos modelos simples. Em especial, a receita primária foi superestimada assim como a projeção do crescimento do PIB, com valores acima das expectativas de mercado e das previsões dos modelos.

Referências

ALMEIDA JR, M. F. Execução Orçamentária do Governo Federal: Novas Evidências, Problemas e Barreiras ao Investimento. In REZENDE, F. e CUNHA, A. (organizadores). A reforma esquecida II: obstáculos e caminhos para a reforma do processo orçamentário. Rio de Janeiro: FGV, 2014.

BIJOS, P. R. S. Governança Orçamentária: Uma Relevante Agenda em Ascensão. Orçamento em Discussão n 12. Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle
– CONORF. Brasília: Senado Federal, 2014.

BLANCHARD, O.J. Fiscal dominance and inflation targeting: Lessons from Brazil. In: GIAVAZZI, F., GOLDFAJN, I.; HERRERA, S. (Org.). Inflation Targeting, Debt and the Brazilian Experience, 1999 to 2003. Cambridge: MIT Press, 2005.

DIEBOLD, F.X.; KILIAN, L. Measuring Predictability: Theory and Macroeconomic Applications. Journal of Applied Econometrics, 16, 657-669, 2001.

ELLIOTT, G.; TIMMERMANN, A. Forecasting in Economics and Finance. Annual Review of Economics, 8, 81-110, 2016.

GIACOMINI, R.; WHITE, H. Tests of Conditional Predictive Ability (2006). Econometrica, 74(6), 1545-1578, 2006.

HAMILTON, J. D. Time Series Analysis. Princeton: Princeton University Press, 1994.

. Why You Should Never Use the Hodrick-Prescott Filter, 2016. Trabalho para discussão. UCSD. Disponível em <http://econweb.ucsd.edu/~jhamilto/hp.pdf>.
Acessado em: 5 de março de 2017.

ROARELLI, M. L. M.; COSTA, D. A. de S. (2016). Análise da Previsão de Receitas para 2017: Projeto de Lei Orçamentária para 2017 – PLOA 2017- PL nº 18/2016
- CN - e Relatório de Receita para 2017 entregue à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO. Orçamento em Discussão. Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle – CONORF. Brasília: Senado Federal, 2016.

SARGENT, T.J.; WALLACE, N. Some Unpleasant Monetarist Arithmetic. Federal
Reserve Bank of Minneapolis Quarterly Review, Fall 1981.

WHITE, H. A Reality Check for Data Snooping. Econometrica, 68(5), 1097-1126, 2000.

Downloads

Publicado

13-03-2020

Como Citar

Saganuma, R. (2020). PROCESSO ORÇAMENTÁRIO BRASILEIRO: DA FICÇÃO À PSEUDORREALIDADE. CADERNOS DE FINANÇAS PÚBLICAS , 19(1). https://doi.org/10.55532/1806-8944.2019.47