PROCESSO ORÇAMENTÁRIO BRASILEIRO: DA FICÇÃO À PSEUDORREALIDADE
DOI:
https://doi.org/10.55532/1806-8944.2019.47Palavras-chave:
Orçamento público, Previsão da receita, Modelos de previsãoResumo
O orçamento é, modernamente, visto como um instrumento de planejamento governamental. Para tanto, deve trazer previsões de receitas de modo a autorizar despesas condizentes com a meta de resultado primário fixada. Têm sido apontadas, na literatura técnica, evidências de superestimação de receitas, justificada, possivelmente, como parte de um jogo de barganha política. Analisa-se, no presente estudo, as previsões acerca das variáveis macroeconômicas contidas no Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias e, para o ano de 2016, das variáveis orçamentárias contidas na Lei Orçamentária Anual e no citado Anexo da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Confrontaram-se os valores inscritos de crescimento real do PIB, taxa de câmbio, Selic e IPCA, receita, despesa e resultado primário com as expectativas de mercado reportadas nos Relatórios Focus do Banco Central do Brasil e Prisma Fiscal da Secretaria do Política Econômica. São, ainda, apresentadas projeções de modelos econométricos simples, de conhecimento de um aluno de graduação. Para o ano de 2016, à exceção da taxa de câmbio, Selic e a despesa primária, as previsões do governo apresentaram maiores erros do que as projeções do mercado e dos modelos simples. Em especial, a receita primária foi superestimada assim como a projeção do crescimento do PIB, com valores acima das expectativas de mercado e das previsões dos modelos.
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